“Mas os que confiam no Senhor recebem sempre novas forças. Voam nas alturas como águias, correm e não perdem as forças, andam e não se cansam.” (Isaías 40:31)

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8 de agosto de 2011

Palavra Pastoral da Semana 24/07/2011

Pr. José Orcélio 
O caleidoscópio e o vaso

“Fui opróbrio entre todos os meus inimigos, até entre os meus vizinhos, e horror para os meus conhecidos; os que me viam na rua fugiam de mim. Estou esquecido no coração deles, como um morto; sou como um vaso quebrado” (Salmos 31.11,12).

Este salmo de Davi expressa muito bem o desabafo de um homem que não está bem com Deus e opta em procurar desesperadamente por socorro, porquanto, seus inimigos lutavam para destruí-lo e os seus vizinhos e pessoas mais chegadas o haviam abandonado. Davi insinua que estes fugiram de sua presença e que a situação que ora vivia era como a de um morto e compara-se a um vaso imprestável, quebrado, sem nenhuma utilidade, porque seus melhores amigos haviam se afastado e ele estava esquecido no coração deles.

A Bíblia, por inúmeras vezes, compara a vida humana a um vaso. Objeto feito pelas mãos do oleiro. O profeta Jeremias certa vez foi convidado por Deus a ir a uma olaria e ali viu de perto o trabalho do artesão do barro e, quando ele contemplava a feitura das mãos do oleiro, o vaso quebrou-se. Porém, mais que depressa, o oleiro fez um novo e lindo vaso com o mesmo produto danificado. Deus, na ocasião, aproveitou a cena para ensinar ao profeta que Ele, o Senhor forte e poderoso, seria capaz de fazer com o homem o mesmo que o oleiro fez com o vaso: restaura-lo e esta restauração é utilizando-se da mesma natureza, opinião, carater, emoções, virtudes, fraquezas e demais pontos negativos que nesse vaso houver. Só Deus tem essa capacidade!

O caleidoscópio e o vaso são dois utensilhos bastantes diferentes, porém, eu os comparo a vida de certos cristãos. O primeiro é um aparelho óptico formado por um pequeno cone, que leva no seu interior fragmentos de vidro de diversas cores e, através do reflexo da luz exterior em pequenos espelhos colocados no seu interior, aparesentam, a cada giro, combinações variadas e belas de efeito visual.

O nome caleidoscópio vem do grego, kalos, “belo” , eidos, “imagem” e scopeo, “olhar” (para), “observar”. Inventado na Inglaterra, em 1817, pelo físico escocês Dawid Brewster, o caleidoscópio proporciona uma imagem belissima e formas diversificadas e coloridas que encantam os que observam com atenção.

O caleidoscópio, hoje, é extremamente sofisticado e fornece diversos padrões ornamentais, arrancando suspiros de todos que observam as figuras coloridas, em imagens multiplicadas, que se formam em seus arranjos simétricos.
O vaso, por sua vez, pode ser útil nas mais significativas funções, até mesmo para ornamentar e decorar determinados ambientes.

O cristão, como um vaso do Espírito Santo, deve ser um exemplo entre os fiéis e dar bom testemunho entre aqueles que estão de fora. “Israel foi devorado, agora está entre os gentios como um vaso em que ninguém tem prazer” (Oséias 8.8). É triste quando nossa reputação é deteriorada pela língua ferina de alguém que nos condena por algum comportamento indevido ou por um mal testemunho e, às vezes, por algum julgamento totalmente equivocado. O apóstolo Paulo diz: “Que cada um de vós saiba possuir o seu vaso em santificação e honra” (1 Ts 4.4). O cristão é um vaso especial, separado para o Senhor e não um vaso decorativo, para ser apreciado e também venerado.

O cristão não deve se assemelhar ao caleidoscópio: ser bem apresentado, atrativo, produzir diferentes imagens que chegam a encantar até mesmo os mais humildes e inocentes, atraindo toda a glória para si próprio. Temos que ser discretos e úteis, para toda boa obra, como diz Paulo. A sua imagem deve ser verdadeira e não  distorcida e colorida, capaz de impressionar, como a produzida pelo caleidoscópio.

A imagem deve se aproximar daquela exigida pelo Espírito Santo: irrepreensivel perante o céu e os homens. Paulo exorta a Tito para que ele tivesse sempre “Linguagem sã e irrepreensível, para que o adversário se envergonhe, não tendo nenhum mal que dizer de nós” (Tito 2.8). Deus não aceita uma falsa modalidade de vida, uma dupla personalidade, uma tríplice conduta, uma multiforme maneira de se conduzir perante a sociedade e a igreja. Cristo nos dá o exemplo e exige que a igreja compareça diante dele com a seguinte roupagem: “Para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível” (Efésios 5.27).

O cristão é um vaso operoso e não um vaso ornamental, muito menos um caleidoscópio espalhafatoso que só serve para impressionar.

Unidos e Edificados Certamente Faremos Uma Grande Obra Para Deus!

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